Chega de vai e volta por aqui.
Dessa vez quero começar a postar para vocês um assunto que – por incrível que pareça – ainda é tabu para muitas pessoas: a castidade!

Isso mesmo, essa será a primeira maratona que veremos aqui no blog.

Vou dividir em posts separados como é viver a castidade no tempo de solteiro, namoro, noivado e casados (sim, os casados também vivem a castidade e vocês vão entender como).

Depois que passarmos por todas essas etapas, vamos trazer mais assuntos bacanas e bastante informação para vivermos a vida de forma leve e consciente. Sem desrespeitar o nosso corpo e, também, aquilo que Deus espera de nós.

E você pode aproveitar e deixar nos comentários ou me mandar um e-mail sugerindo mais assuntos para conversarmos.

Então bora ao que interessa?

Pensar em viver a castidade quando estamos solteiros pode parecer piada, afinal, não temos ninguém mesmo, sendo assim, fica mais fácil não ter relações com alguém.

Exatamente por nutrirmos esse pensamento, precisamos entender do princípio o que é a castidade e como ela acontece e influencia a nossa vida.

A castidade é uma virtude que pode ser vivida em qualquer estado de vida, como disse na apresentação desse post, do solteiro ao casado.

E essa virtude é tão importante que está integra os 10 mandamentos: “não pecar contra a castidade” e, além disso, o próprio Senhor nos pede, em vários momentos do Evangelho, para vivermos essa virtude durante toda a nossa vida, como em 1Tessalonicenses 4, 3-5.7-8.

“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que eviteis a impureza; que cada um saiba possuir seu corpo santa e honestamente, sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Deus. Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas Deus, que nos deu o seu Espírito Santo”.

No site da Canção Nova também tem uma explicação bem bonita sobre a castidade: “A castidade é a energia espiritual que sabe defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade, sabe promovê-lo para a sua mais plena realização. A castidade, então, é a proteção, a defesa de nosso maior tesouro: o amor. Assim, a virtude da castidade não pode ser ‘entendida como uma virtude repressiva, mas, pelo contrário, como a transparência e, ao mesmo tempo, a guarda de um dom recebido, precioso e rico, o dom do amor, em vista do dom de si que se realiza na vocação específica de cada um”.

Resumindo. A castidade não é apenas se abster do ato sexual e guardar a sua virgindade para o matrimônio, mas é cuidar do seu bem mais precioso o amor. Por isso, viver a castidade é estar atento, também, dos pensamentos, dos olhares, das palavras e, até, da forma que andamos e tocamos as outras pessoas.

Entendido o que é a castidade, preciso te falar que, muitas vezes, é exatamente por essa falta de conhecimento que vivemos as nossas experiências sexuais ainda muito novos e, geralmente, solteiros.

Você não precisa ir muito longe para conhecer pessoas que perderam a virgindade novos ou com pessoas que nunca mais viram. E posso garantir que muitas dessas pessoas, sendo homens ou mulheres, se condenam e alimentam uma tristeza interna por sentir que errou ao deixar que os desejos carnais dominassem a sua essência.

Eu sou prova disso.

Tanto que quero compartilhar com vocês como foi para mim viver a castidade durante o tempo que estive solteira.

Decidi viver a castidade aos 26 anos, após um relacionamento de 7 anos. Isso aconteceu quando tive meu encontro com Deus (no particular mesmo) durante o Maranathá um retiro espiritual organizado pelos Jovens Sarados. Ali comecei a compreender que eu precisava ter um olhar diferente para mim. Me olhar no espelho e ver algo mais, cuidar de mim com mais amor.

Mas claro que isso não foi do dia para a noite. Primeiro precisei entender o que era a castidade e porque eu nunca soube o que era. Depois passei a compreender que mesmo não sendo mais virgem eu poderia decidir por viver essa virtude partindo daquele momento.

Foi um processo doloroso de muita oração, cura interior e aceitação. Tudo isso foi fundamental para os outros passos que dei e, também, para aprender a me amar, me aceitar e me respeitar.

Claro que desde que me decidi eu não me relacionei com mais ninguém e evitava qualquer tipo de tentação que prejudicasse a minha escolha. Não tinha espaço para conversinhas, olhares ou “ficar”. Muitas pessoas simplesmente desapareceram da minha vida, no entanto, eu estava certa e não queria no meu caminho em busca da castidade nada que ferisse ou influenciasse a minha opinião.

E te garanto, passando o baque inicial viver a castidade enquanto estamos solteiros se torna algo fácil, entretanto, para isso acontecer eu criei novos hábitos na minha rotina. Dá uma olhada:

  •  Busquei ter mais intimidade com Deus e passar mais tempo a sós com Ele. Estudava a Bíblia, frequentava a missa diária, rezava o terço, assistia pregações e participava ativamente das ações da missão JS e da paróquia;
  • Procurava testemunhos de pessoas que vivem a castidade e conversava com pessoas que também decidiram viver essa virtude;
  •  Passei a me dedicar mais ao trabalho, sendo prestativa e uma boa profissional;
  •  Também comecei a estudar coisas novas, fazer cursos online e acrescentar experiências no meu currículo;
  •  Tirei um tempo para fazer coisas que eu gosto: ler, tomar um café ou chá na padaria,
  •  E como não pode faltar (já que precisamos liberar a tal endorfina) inclui atividade físicas na minha rotina e, também, algumas sessões de terapia.

Assim, fui seguindo a vida e a cada dia conquistando mais maturidade e alegria pela minha decisão.

Vivi a castidade durante 3 anos, nesse período pude vivenciar a virtude em todos os tempos que vamos conversar por aqui. Hoje posso dizer que foi a melhor escolha da minha vida.

Mas eu sei que muitas mulheres sonham em casar e ter filhos, que às vezes pode parecer que a idade e o fato de viver a castidade pode ser um obstáculo para a realização desse sonho.

Todavia, essa não é a verdade!

Se você confia e vive essa virtude de maneira natural e feliz você encontrará alguém que também escolheu a castidade e quer ao lado dela uma pessoa que leve essa decisão adiante.

O que não pode acontecer é desesperar e enfiar os pés pelas mãos achando que toda gentileza já é um passo para o altar.

Muita atenção com a carência heim?!

Tudo acontece no tempo certo que é o tempo de Deus.

Comigo pode ter sido “rápido”, mas sei de pessoas que esperaram 5, 10, 15 ou ainda estão esperando pela pessoa certa.

Viver a castidade enquanto estamos solteiros nos ajuda muito a saber esperar a pessoa que estará ao nosso lado pelo resto da vida.

O meu tempo de espera me mostrou que a castidade é como um remédio que cura nossos corações machucados pelo pecado e pelas escolhas do mundo. Ela nos devolve a liberdade de amar o outro inteiramente, mesmo diante dos seus defeitos e sermos amados da mesma maneira.

Essa virtude nos ensina um amor diferente, não aquele onde vemos o outro como um objeto de prazer e realização pessoal, mas um amor capaz de amar o outro por si mesmo.

Por isso te falo, se você decidiu viver a castidade não desista no primeiro obstáculo, não pense que a sua história não merece essa alegria ou que você já passou da idade para começar.

Não escute piadas, risadas e julgamentos. Dê ouvidos ao seu coração e ao que Deus te fala através desse desejo que é cultivado a cada dia.

Se você está solteiro, no tempo de espera, viva a castidade como uma prova de amor a si mesmo, um cuidado de Deus para você, como uma joia que espera o momento certo de ser entregue para alguém especial.

E não esqueça, se você estiver com alguma dúvida ou dificuldade deixa aqui nos comentários. Se conhece alguém que não sabe o que é a castidade e queira entender melhor compartilhe este post com ele.

Fique atento ao próximo post que já já chega!